O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda esteve presente, hoje de manhã, junto do terreno da antiga estação ferroviária do Porto-Boavista, para o qual a Câmara Municipal do Porto (CMP) aprovou recentemente um pedido de informação prévia (PIP) para a construção de uma grande superfície comercial e hotel do grupo El Corte Inglés.
O Bloco de Esquerda considera esta decisão –tomada longe do escrutínio cidadão e em desprezo pela mobilização social em torno de alternativas –um erro político e urbanístico.
Este processo levanta várias interrogações:
Numa zona já sobrelotada de grandes superfícies comerciais, não se compreende o interesse em viabilizar a construção de mais um destes equipamentos, dotado de centenas de novos lugares para estacionamento de automóveis, com a consequente sobrecarga urbanística, ambiental e ao nível da mobilidade.
Será que este espaço, até pela sua localização privilegiada, não mereceria um projeto de qualificação urbanística? Era mesmo preciso mais um centro comercial aqui?
O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda considera esta opção preocupante e defende que o Município do Porto não pode deixar a sua política de urbanismo, a definição dos usos e as transformações do solo urbano, à mercê dos grandes interesses económicos.
O Bloco exige:
a) Que a CMP torne pública a fundamentação por detrás desta decisão política e as condicionantes definidas para a aprovação do projeto;
b) Que a CMP clarifique se vai ou não aprovar o pedido de classificação deste importante património industrial ferroviário;
c) Que o Ministério das Infraestruturas e a IP quebrem o silêncio a que se têm remetido e clarifiquem todos os contornos do negócio.
O Bloco de Esquerda tudo continuará a fazer para travar este projeto. Ainda estamos a tempo de, com uma ampla participação pública e debate com as populações e associações cívicas, encontrar uma solução urbanística mais adequada para aquele local.
Por uma cidade verdadeiramente para as pessoas.
Porto, 30 de outubro de 2020 O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda.