Um modelo de segurança que inclua planeamento urbano sustentável, inclusão social e cuidado.

No caminho que temos vindo a fazer para construir um projecto sólido e comprometido com a cidade, uma das nossas prioridades tem sido ouvir quem todos os dias lida, na prática, com os desafios que enfrentamos no espaço urbano. Foi nesse contexto que no passado dia 4 de setembro reunimos com o comandante da Polícia Municipal, António Manuel Leitão da Silva.

Foi uma conversa muito produtiva, onde falámos abertamente sobre as preocupações de quem tem a responsabilidade de garantir a segurança, a fiscalização e a boa convivência no espaço público. O comandante Leitão da Silva partilhou connosco as dificuldades que a corporação enfrenta, desde a escassez de meios humanos e técnicos até à complexidade crescente das funções que desempenham. A demora em transferir 100 agentes para a Polícia Municipal, promessa de longa data, e responsabilidade do Estado central, é um dos principais problemas que enfrentam e que condiciona seriamente a capacidade de resposta da força. É evidente que há muito por fazer para que a Polícia Municipal tenha as condições necessárias para cumprir a sua missão de forma ainda mais eficaz.

Da nossa parte, sublinhei aquilo em que acreditamos no Bloco: a segurança não pode ser entendida apenas como repressão ou fiscalização. Segurança é também ter ruas bem cuidadas e iluminadas, é poder andar tranquilamente pela cidade, é ter transportes públicos acessíveis, é garantir que todos têm acesso à habitação e que ninguém é deixado para trás. Uma cidade justa é, inevitavelmente, uma cidade mais segura.

Para nós, é fundamental que a relação entre a autarquia e a Polícia Municipal se baseie na cooperação e na proximidade com os cidadãos. Isso significa trabalhar em conjunto para responder às necessidades reais das pessoas, respeitando sempre os direitos e liberdades fundamentais.

O comandante manifestou também o seu agradecimento ao Bloco de Esquerda pelo trabalho desenvolvido no Executivo, nomeadamente pelo apoio incondicional à criação de novas instalações para a Polícia Municipal. Da nossa parte, retribuímos esse reconhecimento, sublinhando a disponibilidade e empenho pessoal e institucional que o comandante demonstrou aquando da sua intervenção no complicado processo de encerramento do STOP, e o esforço constante que tem feito para que a Câmara Municipal do Porto internalize os serviços de vigilância das estruturas municipais.

Saímos desta reunião com a convicção reforçada de que, se queremos uma cidade onde todos e todas se sintam parte integrante, precisamos de apostar num modelo de segurança que vá muito além da simples fiscalização: um modelo que inclua planeamento urbano sustentável, inclusão social e cuidado com quem vive, trabalha e circula no concelho.