
Nesta campanha autárquica, visitámos o Centro de Saúde de Campanhã (USF – Unidade de Saúde Familiar) para ouvir profissionais e utentes, e conhecer melhor o trabalho que ali se desenvolve. Encontrámos instalações de qualidade e um funcionamento que, no geral, serve bem a população. Esta realidade demonstra que, quando existem condições e equipas comprometidas, o Serviço Nacional de Saúde responde com eficácia e proximidade.
Campanhã mostra que é possível garantir cuidados de saúde de qualidade numa freguesia que, durante demasiado tempo, foi deixada à margem das prioridades políticas. Os bons resultados deste centro de saúde são fruto do esforço diário das equipas e do investimento público — e é precisamente este caminho que queremos defender e aprofundar.
Contudo, não se compreende porque razão este centro de saúde, apesar de funcionar bem, não foi ainda alargado para o terreno contíguo, actualmente abandonado e degradado, onde funcionava a antiga escola básica do Cerco. Trata-se de um espaço público que permanece desaproveitado, quando poderia dar resposta a necessidades prementes da comunidade.
Esse terreno permitiria não apenas a ampliação do Centro de Saúde, reforçando os serviços prestados, como também a criação de outras respostas sociais complementares, nomeadamente um centro cívico e um espaço de promoção de ações de intervenção comunitária. A sua localização estratégica — entre a Escola e o Centro de Saúde — cria condições ideais para integrar uma nova resposta que articule saúde, educação e participação comunitária. É uma oportunidade evidente, que só não avança por falta de vontade política.
Além disso, apesar do bom funcionamento do actual centro, este encontra-se distante de algumas populações, como as de Azevedo de Campanhã, que não estão bem servidas por transportes públicos. Para muitas pessoas, deslocar-se até ao centro representa uma dificuldade real. É por isso que é urgente que o novo centro de saúde planeado para essa zona, e financiado pelo PRR, avance rapidamente. De resto, é incompreensível o atraso desta obra — um atraso que já por várias vezes questionámos no executivo municipal, sem respostas satisfatórias.
Para o Bloco de Esquerda, a Câmara Municipal do Porto, particularmente depois da transferência de competências nesta área para o município, tem de assumir um papel activo: apoiar a expansão e melhoria da rede de equipamentos de saúde, colaborar com o SNS em projetos de proximidade, e planear de forma integrada respostas sociais e comunitárias. A defesa do SNS e dos serviços públicos também se faz a partir do poder local.
A saúde é um direito fundamental. É por isso que, enquanto candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal do Porto, afirmamos o nosso compromisso em defender e reforçar os serviços públicos, garantindo que exemplos como o de Campanhã se multiplicam por toda a cidade. Queremos um Porto que cuida, planeia e integra, onde o acesso à saúde de qualidade seja uma realidade para todas e todos.