Os serviços de atendimento social da Junta do Centro Histórico do Porto foram hoje centralizados num único edifício, passando o atendimento a ser feito "obrigatoriamente" pelo próprio presidente da junta, que os partidos acusam de assédio laboral às funcionárias.
A denúncia foi feita pelos eleitos do Bloco de Esquerda (BE), da CDU e do PS, que na Assembleia de Freguesia de sexta-feira questionaram o presidente do executivo, António Fonseca, sobre o porquê desta decisão.
Em declarações à Lusa, Carlos Sá da bancada da CDU, explicou que em causa está uma gestão dos recursos humanos "errática e prepotente" que em nada serve os interesses da população e com consequências graves para a qualidade do atendimento prestado.
"Não contribui nada para a eficácia dos serviços. (…) No nosso entender, as constantes mudanças de local de trabalho (…), com funcionários que nem sempre são mantidos nas mesmas funções nessa transição, e esta última junção que estava prevista para hoje, de reunir tudo o que são assistentes sociais num único edifício parece-nos inaceitável", disse sublinhando que "este tipo de gestão" potencia o aumento da taxa de abstencionismo, que o caso particular desta junta é já "elevada".
Também Carmo Marques da bancada do BE, considera que estas técnicas estão a ser vítimas de assédio laboral, vendo com muita preocupação os acontecimentos relatados pelas mesmas.
"O que se tem passado com as funcionárias é preocupante, porque muitas delas se queixam que vão ser deslocalizadas sem aparente motivo e algumas delas tem recorrido mesmo à baixa", afirmou, referindo que o Bloco questionou também o presidente da Junta sobre se era ou não verdade que alguns destes encaminhamentos estavam a ser feitos para entidades externas aos serviços da junta.
Em declarações à Lusa, o PS lembrou que esta não é a primeira vez que denunciam situações como estas naquela União de freguesias.
"Estamos solidários com as funcionárias porque aquilo que se passa é uma autêntica loucura provocada pelo presidente da junta que tem um feitio nada fácil e pega com as funcionárias por tudo e por nada, o que gera um ambiente de cortar à faca. Não é por acaso que a taxa de absentismo é a que é", defendeu.
"Estão muitas funcionárias em casa com baixa, inclusive tivemos conhecimento que após algumas alterações recentes houve uma assistente social que foi hospitalizada", concluiu.
Contactado pela Lusa, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico confirmou a centralização dos serviços sociais da junta num edifício em Miragaia, mas justificou a tomada de decisão com a necessidade de tornar mais eficientes estes serviços, nomeadamente no acesso à documentação que passa a estar concentrada apenas um local.
* Notícia Lusa