No dia 27 de fevereiro, milhares de pessoas concentraram-se em frente ao Consulado da Rússia, na avenida da Boavista, exigindo o fim do conflito e a retirada das tropas russas do solo ucraniano.
Antes, no dia 25 de fevereiro, o edifício da Câmara Municipal do Porto iluminou-se com as cores da bandeira da Ucrânia. O presidente da Câmara, Rui Moreira, prestou a sua solidariedade aos ucranianos presentes em manifestação de repúdio à agressão e à invasão militar.
No dia 6 de março, Rui Moreira lançou publicamente a iniciativa “Somos todos Ucrânia”, com medidas necessárias e urgentes de apoio aos refugiados e à comunidade ucraniana residente em Portugal.
Os órgãos de representação da cidade tem respondido à altura e em consonância com o dever de solidariedade com o povo ucraniano. O Bloco de Esquerda esteve presente nas manifestações de condenação à guerra e votará favoravelmente todas as iniciativas que visem o apoio imediato aos refugiados e o fim da escalada militar.
Por todos estes motivos, para estar à altura das suas palavras, o presidente da Câmara Municipal do Porto deve assumir o seu papel e articular com as forças políticas da cidade uma posição conjunta na reunião do executivo.
Ao apresentar uma moção subscrita apenas pelo seu grupo político e centrada num despropositado louvor à NATO, sem referência ao papel da ONU, Rui Moreira opta por promover o jogo político e não o consenso que importa. Há visões diferentes sobre o lugar da NATO nas circunstâncias e no decurso deste conflito, mas isso não impediria a aprovação de uma moção consensual, centrada na solidariedade com a Ucrânia e na condenação inequívoca da invasão e do governo russo. Tal moção, que reflita o sentimento do povo do Porto, só não existirá se Rui Moreira a quiser impedir, por meras razões ideológicas.
Uma moção que condene, sem reservas, a agressão militar russa, que reafirme a solidariedade com o povo ucraniano e o compromisso da cidade do Porto com os refugiados de guerra contribuirá para que a cidade do Porto ajude ao caminho da paz e ao fim do conflito.
Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda do Porto.
6 de março de 2022.