
Reunimos com a MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta. O Porto continua sufocado pelo tráfego automóvel, com ruas perigosas para peões e ciclistas, transporte público insuficiente em rapidez e fiabilidade, e um espaço urbano centrado nos carros. A MUBI tem para isto um manifesto “Por uma cidade viva e acessível”, com medidas para devolver a cidade às pessoas. O Porto precisa de mudar e este manifesto mostra o caminho: uma cidade que privilegia a mobilidade ativa, o transporte público, a participação cidadã e a qualidade de vida.
Muitas destas propostas fazem já parte das que viemos a apresentar: redução da velocidade automóvel para 30, mais faixas de BUS, adaptação da infraestrutura de forma a acalmar o trânsito, maior pedonalização, sistema público de partilha de bicicletas integrado com o andante, execução do previsto no PDM para uma rede de ciclovias. Tudo isto com envolvimento participativo e democrático.
O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), que já deveria ter sido entregue, devia ter sido feito com o envolvimento das organizações do setor e com participação cidadã. Apenas aconteceu uma reunião de auscultação de priorização das medidas. As alterações provocadas pelas obras do metro não implicaram melhor mobilidade suave e ativa. Os últimos 12 anos foram oportunidades perdidas para trazer o Porto para o Séc.XXI.
Partilhamos da visão da MUBi: pedalar na cidade não pode ser um risco. Propusemos e continuaremos a insistir na execução da rede ciclável e nas ciclovias intermunicipais, na eliminação de pontos perigosos e no reforço do estacionamento seguro para bicicletas e a criação de bike hangars em bairros residenciais. Só com transportes públicos rápidos e eficientes é possível reduzir o peso do automóvel no Porto. Por isso, o Bloco propôs e insistirá na expansão das vias BUS e na melhoria da intermodalidade com bicicletas e transporte público.
Queremos mais espaço público para as pessoas e este é o momento de escolher entre continuar uma cidade dominada pelo carro ou transformar o espaço urbano num lugar seguro e saudável para todas as pessoas, principalmente peões e ciclistas, como já acontece em tantas outras cidades europeias.