Estivemos ontem no Centro Social S. Martinho de Aldoar, instituição com valências de Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Estrutura Residencial para Idosos. Para além das consequências da pandemia (idosos fechados há 14 meses e profissionais esgotados), o principal problema é estrutural e prende-se com a sustentabilidade financeira, já que a comparticipação do Estado tem vindo a diminuir e é hoje de apenas 30% (devia ser mais de 70%). O risco de perverter a missão original da organização - servir as populações locais com menos possibilidades - é enorme, já que esta se vê obrigada a acolher idosos que possam pagar quantias suficientes para manter a resposta a funcionar, em detrimento da população local que, assim, fica ainda em maior risco de exclusão e pobreza. Outro desafio desta instituição é a criação de uma creche que, apesar de planeada há muito tempo, não foi ainda possível concretizar. Em síntese, mais um exemplo de como está em risco o modelo de proteção social e a capacidade das respostas sociais servirem as atuais necessidades das populações. A proposta do Bloco é a criação de uma rede de apoio domiciliário e cuidadores públicos, complementando diferentes vertentes de intervenção.