Foi publicado o edital que classifica o STOP como Monumento de Interesse Municipal. É uma vitória da cidade e da mobilização de quem nunca desistiu deste centro de criação musical do Porto, único no país.
Estivemos ao lado dos músicos e da comunidade cultural do STOP desde a primeira hora. Apresentámos propostas no Executivo. O Bloco levou o tema ao Parlamento, para garantir o futuro do STOP como pólo cultural.
Foi o Executivo de Rui Moreira quem determinou, de forma abrupta e sem qualquer aviso prévio, o encerramento coercivo do espaço em 18 de julho de 2023. Mas a luta impôs-se e Moreira recuou.
Agora, o despacho assinado pelo presidente da Câmara diz mesmo: "O CCSTOP representa para o Município do Porto um valor cultural de significado relevante, (...) um símbolo inegável do cenário musical portuense, tido como um dos exemplos mais particulares da produção e dinâmica musical na Europa".
É uma vitória de uma cidade que se mobilizou. Há mesmo um Porto que existe, resiste e, como se vê, é capaz de vencer, contra a atitude inaceitável de há dois anos do presidente da Câmara.
Esta classificação é um passo importante e é resultado da luta e da resistência da comunidade do STOP, dos músicos associados e da própria cidade que se mobilizou. É um pequeno, mas muito simbólico contributo para a reparação face ao que aconteceu.
Mas não basta. Agora é preciso encontrar uma solução urgente para a saída de emergência ainda bloqueada; é necessário reabilitar o CC STOP, mobilizando apoio público e financiamento comunitário; apoiar o regresso dos músicos que foram forçados a sair; e garantir que as rendas se mantêm acessíveis, contrariando o processo especulativo que está a ter lugar na cidade; em suma, assegurar que há ali condições dignas para se continuar a criar.
O STOP sempre foi muito mais do que um edifício. É uma peça chave da cultura viva da cidade. Mantemo-nos firmes na sua defesa: o CC STOP é parte de um Porto que existe e resiste e precisa de ter mais voz.