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O Edifício Transparente é da cidade! Uma cidade não se vende

O município do Porto decidiu vender o Edifício Transparente, imóvel construído há menos de 15 anos no âmbito do “Porto-Capital Europeia da Cultura 2001”.
O projecto original do arquitecto catalão Solà Morales estabelecia de forma clara que o Edifício Transparente não era um hotel, nem um centro comercial, nem um complexo cultural. Definia onde podia ser a discoteca, os bares de praia, os espaços de exposição, as lojas e os espaços abertos.
Mas as entidades públicas proprietárias, a Casa da Música e depois o Município do Porto, nunca quiseram aproveitar as enormes potencialidades  desta construção virada para o mar, antes concessionaram a privados a gestão do imóvel de 4 pisos por uma renda ridícula de 7.500 euros por mês. O resultado daquela escolha desastrosa foi a degradação do edifício, transformado num conjunto incoerente e desqualificado de comércios e serviços, uma espécie de shopping de 3ª categoria.
Até o relatório de avaliação encomendado pelo município salienta que “É seguramente o edifício da cidade com a melhor localização e qualidade ambiental”. Mas na decisão da venda, a Câmara Municipal não ligou a esse aspecto, nem teve em conta o valor arquitetónico-cultural do imóvel, o facto de ter sido exclusivamente pago por fundos públicos ou a sua ligação ao mar.
O actual Executivo municipal dirigido por Rui Moreira segue assim a política do seu antecessor de vender o património municipal, em vez de o colocar ao serviço do desenvolvimento da cidade. O Bloco de Esquerda opôs-se na Assembleia Municipal à decisão de vender este imóvel. E continuará a lutar contra  a alienação do Edifício Transparente junto das entidades oficiais a quem também compete defender o interesse público.